Guerra sem estrelas: STF e o lado negro da Força

Allan Dos Santos
3 min readOct 2, 2021
Darth Sidious, nascido Sheev Palpatine, o principal antagonista da franquia Star Wars

Aos fãs da saga Guerra nas Estrelas (Star Wars) é desnecessário explicar o que é um Jedi e o lado negro da Força, mas um breve resumo para os que não conhecem o universo ficcional criado por George Lucas se faz necessário.

Em poucas palavras, a história de Guerra nas Estrelas criada pelo cineasta George Lucas conta como o icônico trio formado por Luke Skywalker, Han Solo e Princesa Leia combate ao lado da Aliança Rebelde para derrubar o tirano Império Galáctico que pôs fim à República. Assim foi o primeiro filme da série. Luke deseja se tornar um cavaleiro Jedi e luta contra Darth Vader, um ex-Jedi que sucumbiu ao lado negro da Força, um verdadeiro cão de guarda do Imperador.

A saga se tornou um sucesso no cinema no fim da década de 70 até o início da década de 80. Retornando ao cinema no fim da década de 90, lançam mais uma tríade de filmes para contar como o Império Galático foi formado. É o que mais nos interessa aqui: Luke Skywalker e Princesa Leia são irmãos, filhos de Padmé Amidala, Rainha de Naboo, com seu amor secreto, Anakin Skywalker. O contexto desse relacionamento é encantador.

Anakin Skywalker, filho da escrava Shmi Skywalker, é encontrado ainda criança pelo Mestre Jedi Qui-Gon Jinn e depois treinado por Obi-Wan Kenobi após a morte de Qui-Gon. Ele se apaixonou pela Senadora Padmé Amidala, com quem casou em segredo logo após o início da guerra. Enquanto ele era atencioso e compassivo, foi a morte de sua mãe o catalisador que deu início à sua queda para o lado negro da Força.

Não é nosso objetivo aqui traçar em detalhes toda a trama, mas a falta de humildade de Anakin vira uma peça de tabuleiro nas mãos do Senador Sheev Palpatine, que o levará de vez para o lado negro da Força, ordenando-o a matar todos os Jedis para transformá-lo em Darth Vader.

Não foi sem a burocracia que o Senador Sheev Palpatine se tornou Imperador galático. Ofuscou o Alto Conselho Jedi que só tardiamente percebeu que era ele o tão temido Lorde Sith (Sith é uma ordem como a dos Jedis, mas que cederam à tentação do lado negro da Força). Quando obtém o apoio burocrático do establishment para se tornar o Imperador maligno, o autor da saga descreve o momento nas seguintes palavras:

PALPATINE: “A fim de garantir nossa segurança e estabilidade contínua, a República será reorganizada no primeiro Império Galáctico, para uma SOCIEDADE SEGURA e PROTEGIDA…”

PADME: “Então é assim que a LIBERDADE MORRE, com aplausos estrondosos…

Vale lembrar que a palavra DEMOCRACIA não existe na Constituição americana, pois a LIBERDADE vale mais que a voz da maioria e está acima da própria república. Mesmo sem saber se George Lucas usou propositalmente a palavra LIBERDADE ao invés de DEMOCRACIA, é evidente que a voz da maioria do establishment foi ouvida e Padme apenas reconhece o que ocorreu: a LIBERDADE morreu.

No Brasil, há não apenas um Palpatine, mas vários. Curiosamente, também usam capas pretas e estão envolvidos com cultos sombrios. A semelhança é tão assustadora que descrevê-la em detalhes pode levar uma pessoa à prisão, perdendo por completo a LIBERDADE e com os aplausos estrondosos, pasmem, do Senado. Pode parecer que ainda estou a falar do filme de George Lucas, mas não: Daniel Silveira, deputado federal, ainda está preso por OPINIÃO. Não só ele, mas vários. Não sei se temos senadores que reconhecem o que reconheceu a personagem da saga galáctica, mas uma coisa é fato incontestável: o lado negro da Força persegue homens justos dentro e fora do cinema. Com um detalhe que vale a pena destacar: os aplausos estrondosos do fim da liberdade são apenas dentro do senado. E no mundo real, com o apoio, louvor e exaltação da imprensa.

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